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Foto: A24 / Universal Studios
A Evolução de Mia Goth: De Ingênua a Ícone
A tão aguardada conclusão da trilogia “X” de Ti West finalmente chega aos cinemas com “MaXXXine”. Estrelado por Mia Goth, que retorna como a incansável Maxine Minx, o filme mergulha na busca desesperada da protagonista por fama e reconhecimento na caótica Hollywood dos anos 1980. Com uma mistura de horror slasher e thriller psicológico, “MaXXXine” promete fechar a trilogia com um desfecho sangrento e emocionalmente carregado.
Logo de início, é impossível não notar a evolução de Mia Goth ao longo dos três filmes. Desde sua estreia em “X – A Marca da Morte” até sua atuação em “Pearl”, Goth se firmou como uma estrela do gênero de terror. Em “MaXXXine”, sua interpretação é ainda mais complexa e cativante, combinando vulnerabilidade e determinação de maneira impressionante. Maxine Minx se tornou um ícone, e Goth entrega uma performance digna desse status.
Foto: A24 / Universal Studios
Uma Los Angeles dos Anos 80: Glamour e Perigo
O filme começa pouco tempo após os eventos de “X”, com Maxine sobrevivendo a um massacre e tentando firmar sua carreira em Hollywood. A trama é ambientada em uma Los Angeles vibrante e perigosa, marcada pelo glamour superficial e pela ameaça constante de um serial killer. A presença do assassino, conhecido como Night Stalker, adiciona uma camada de tensão e perigo, enquanto Maxine navega pelos desafios da indústria cinematográfica e enfrenta seu próprio passado sombrio.
Ti West, o diretor, conseguiu criar uma atmosfera única que combina elementos de horror clássico com uma crítica incisiva à busca por fama. O cenário dos anos 80 é usado com maestria, destacando a dualidade entre o brilho das luzes de Hollywood e a escuridão que espreita nas sombras. As referências cinematográficas e os acenos a outras obras do gênero são abundantes, mas sempre integrados de forma que enriquecem a narrativa.
Foto: A24 / Universal Studios
Elenco de Apoio: Brilho e Complexidade
Além de Mia Goth, o elenco de apoio também merece destaque. Elizabeth Debicki, Giancarlo Esposito e Moses Sumney entregam performances sólidas que complementam a jornada de Maxine. As interações entre os personagens são bem construídas, adicionando camadas de complexidade à trama. Debicki, em particular, brilha como uma diretora durona que desafia Maxine a encarar a realidade brutal da indústria cinematográfica.
Riscos e Recompensas: O Equilíbrio Delicado da Narrativa
No entanto, “MaXXXine” não é sem suas falhas. A tentativa de expandir o universo da franquia às vezes resulta em uma dispersão de foco, com várias subtramas que nem sempre recebem a atenção devida. O filme se arrisca ao tentar equilibrar o horror slasher com um thriller investigativo, e embora essa combinação seja instigante, há momentos em que a narrativa parece hesitante.
Foto: A24 / Universal Studios
Conclusão: Um Encerramento Audacioso, Mas Nem Sempre Perfeito
Apesar disso, “MaXXXine” é um encerramento digno para a trilogia “X”. O filme entrega uma conclusão emocionalmente satisfatória e visualmente impactante, solidificando Maxine Minx como uma anti-heroína complexa e inesquecível. A perseverança de Maxine, sua luta contra os traumas do passado e sua busca incansável por reconhecimento ressoam profundamente, deixando uma marca duradoura no público.
Reflexão Final: O Final Feliz e a Possibilidade de um Desfecho Diferente
Em suma, “MaXXXine” é um final audacioso e sangrento para uma trilogia que redefiniu o terror contemporâneo. Com uma direção habilidosa, performances excepcionais e uma narrativa envolvente, o filme cativa e provoca, fechando com chave de ouro a jornada de uma protagonista que literalmente deu seu sangue pela glória. No entanto, há de se ponderar que o filme poderia ter terminado de forma mais impactante se tivesse evitado o final “feliz” e um tanto bobo, entregando uma conclusão ainda mais marcante e coerente com o tom sombrio da trilogia.